Túneis, de Roderick Gordon e Brian Williams, não é só mais uma saga juvenil. O livro um, do que promete ser uma série empolgante, nos apresenta para o estranho mundo de Will, o garoto protagonista. É o nosso próprio mundo, ou pelo menos parece, mas com um olhar diferente, um olhar inglês que eternamente tenta resolver a dualidade discrição/bizarrice.
Will Burrows é um jovem de quatorze anos com uma obsessão: cavar. Obsessão que ele julga ter herdado do pai, Dr. Burrows, um arqueólogo e curador de museu de cidade pequena que coleciona quinquilharias inúteis da revolução industrial doméstica do século vinte, leia-se eletrodomésticos quebrados. A família de Will é toda confusa e fora de padrão, na verdade os personagens parecem ter sido retirados do século dezenove e vestidos com roupas atuais, como se fossem sombras dos estereótipos familiares. Com o desaparecimento do pai Will se embrenha na terra para tentar encontrar a trilha do excêntrico arqueólogo e acaba se envolvendo em um mundo de perigos, novidades e desafios que podem lhe custar a vida. Depois de um início enganosamente devagar e com pouco emoção a segunda parte nos brinda com o deslumbramento de um mundo bizarro, antigo, cafona e possível. Aventura, crueldade, ansiedade e heroísmo também fazem parte da trama. É um livro estranho no bom sentido, quebrou e reconstruiu minhas expectativas de literatura fantástica urbana juvenil, o que é uma bela façanha. É uma boa aquisição para qualquer biblioteca desejosa de aventura e fantasia.
O texto foi descoberto por Barry Cunningham, o primeiro editor da série Harry Potter. Túneis é um best-seller internacional já publicado em diversos países. Lá fora a saga já está no segundo volume e a torcida para o lançamento desta continuação aqui no Brasil é grande. Aguardemos que a Rocco Jovens Leitores nos dê boas notícias em breve.
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